A “Associação Adolf Hitler” condecora políticos alemães.
Qual é a vossa reação se eu vos disser que a Alemanha é um país onde o principal partido conservador do atual governo, é um partido onde nenhum dos seus líderes ou membros nunca condenou o Terceiro Reich?
E se eu vos disser que o partido foi fundado por um ministro de Adolf Hitler, que não só não foi julgado, como também é presidente de honra do partido desde 1990?
Vocês sabiam que a Alemanha é o país com mais desaparecidos do mundo, depois da Cambodia dos Yemens Vermelhos? Concretamente, mais de 120.000 pessoas foram enterradas em valas comuns (2382) espalhadas por todo o país.
Ou que a "Lei da Memória Histórica" feita na Alemanhia para tentar reparar os danos do nazismo não é cumprida, apesar de as Nações Unidas levar anos a pedir?
Não acreditam? Esperem um bocado, ainda vem o melhor.
E se eu vos disser que existe na Alemanha uma "Associação Adolf Hitler" legalmente constituída e responsável por garantir a sua memória e que ainda por cima recebe financiamento do Estado alemão?
E se esta associação fizesse cada ano um jantar de Natal e desse prémios aos políticos alemães que, usando a sua posição de representantes públicos, defendessem o legado e a obra de Adolf Hitler?
Se leu até aqui, pode substituir então a Alemanha pela Espanha, partido conservador no governo pelo Partido Popular e Adolf Hitler por Francisco Franco.
E, companheiros Iscspianos, em Espanha, a 2 de Dezembro de 2016, a Fundação Francisco Franco no seu tradicional jantar de Natal apresentou os "diplomas de Cavaleiros e dama de honra" a três políticos do Partido Popular, bem detalhada na crônica publicada no seu site.
Os premiados foram Juan Antonio Pozo, prefeito de Guadiana del Caudillo (Extremadura); Ana Rivelles, prefeito da Alberche del Caudillo (Castilla-La Mancha); e Juan Antonio Morales, secretário provincial do Partido Popular em Badajoz e deputado na Assembleia da Extremadura.
Eles honrados por não cumprir, repetidamente, várias leis, entre as quais se encontra a Lei da Memória Histórica ou como a Associação prefere dizer "...realizar excelente trabalho em defesa da verdade histórica e memória de Caudillo e a sua grande obra."
E eu pergunto-me como é possível que estas coisas aconteçam num país democrático? O que é necessário para que em Espanha se condene a ditadura? Estou a pedir demais?