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A decisão de uma vida


A eutanásia é um tema tabu na sociedade portuguesa. À semelhança de tantos outros, como a tauromaquia ou a interrupção voluntária da gravidez, a conduta de abreviar a vida de um paciente em estado terminal ou que esteja sujeito a dores e intoleráveis sofrimentos físicos ou psíquicos, é igualmente um tema polémico no nosso país e um pouco por todo o mundo.


Será possível quantificar o estado de vida de um paciente? Será que um médico pode definir que um indivíduo está pronto para morrer? Não. O médico não tem possibilidade de definir que será agora que um paciente irá falecer.


Quem deve tomar esta decisão é o ser humano, que está prestes a passar por um período muito conturbado da vida, onde a sua condição física e psíquica estará prestes a deixar de funcionar e onde toda a envolvência social que está inserido, nomeadamente família e amigos, estará afetada. Poderemos quantificar quando é que o ser humano deve tomar esta decisão? Não. Mas chegará uma altura em que o paciente estará num estado muito débil e frágil e aí, não é moralmente ético pedir ao paciente que defina se quer morrer ou continuar a sofrer, dia após dia. Até porque não estará nas melhores capacidades psicológicas para determinar uma acção tão importante.


O tema da eutanásia em Portugal deveria ser alvo de um processo de estudo e de investigação até que se possa formar uma ideia convicta e própria sobre o tema. É importante que a vida de pacientes terminais seja debatida com consciência, com tempo e com motivos e razões suficientemente elaboradas para que não se falhe para com aqueles que mais necessitam.


Estaremos neste momento à beira de uma mudança radical na sociedade portuguesa? Irá a aliança de esquerda, auto denominado de “Geringonça”, avançar com uma votação que permita a liberalização da eutanásia?


A nível europeu, apenas a Bélgica e a Holanda aprovaram a liberalização deste processo, sendo que neste primeiro país, a eutanásia não tem idade limite para ser aplicada, sendo que, um paciente menor de idade se tenha sujeitado ao mesmo. Não será demasiado cedo que um paciente tão novo possa ter uma ideia definida sobre o tema? Este processo é algo que incomoda entidades estatais, incomoda a Igreja Católica e incomoda todos aqueles que estão à espera de uma oportunidade. Oportunidade de ter uma morte digna e sem sofrimento. Quantos de nós assistiram a familiares em estado débil e frágil presos a uma cama de hospital durante meses, a sofrer e a pedir para possam acabar com esse sofrimento?


O processo de morte assistida deveria ser legalizado em Portugal, sendo que deveria ser definida uma idade limite para ser aplicado. Este é um tema que merece toda a atenção, para que, seja possível dar um melhor fim de vida àqueles que mais precisam que isso aconteça. É peremptório que o ser humano seja respeitado, seja honrado e que a sua vontade seja realizada.


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16ª Edição Revista Pacta

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