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Cor de rosa, ursos de peluche e outras lamechices...


Chegou o dia em que a levas a jantar àquele restaurante romântico que viste no Zomato (os olhos dos chefes asiáticos por Lisboa fora brilham), em que veem aquele filme super lamechas que ela adora e tu finges tolerar, em que declamam prosas entusiasmantes por tudo o que é rede social, trocam prendas que nenhum de vós precisava e celebram o vosso interminável amor. Resumindo, o dia em que decides queimar o plafond que os teus pais te tinham destinado para o mês inteiro. E porquê? Porque ela merece ser feliz ao teu lado e nada melhor para encobrir as tuas falhas que deitar uns pózinhos de materialismo sobre a vossa relação. No entanto, aos olhos da sociedade nada disto parece desfasado daquilo que é ou deveria ser, uma relação, pelo contrário, és encorajado e até pressionado, a entrar neste jogo. Porque ai de ti que faças pior que os namorados das amigas dela!


Bem, depois de já ser odiado por todos os amantes do romantismo ocasional que ousaram abrir o link de mais um texto sobre um holiday importado, chegou a altura de mostrar que não me destinei somente a expor-vos toda uma crítica destrutiva aos vossos sentimentos e ambições conjugais. Não, não considero errado que celebrem este dia com quem mais gostam, não é o fim do mundo se decidirem gastar aquele dinheiro que tinham guardado de parte desde o Natal com a vossa amada, agora o que é errado é só se lembrarem de tirar o Don Juan de dentro de vós porque olharam para uma caixa de chocolates e se lembraram que se aproximava o Dia de S. Valentim e se o fizeram, não é o fim do mundo, mas pode muito bem ser o avizinhar do fim da vossa relação. Encaremos uma relação como uma planta, não é que eu perceba muito de jardinagem, mas aquilo que sei é que estas, tal como qualquer relação, devem ser cuidadas regularmente a fim de subsistirem para que quando chega a Primavera (façam a analogia com o dia de S. Valentim) brilhem intensamente, já que decidiram abusar nos cuidados e carinhos, o mais certo é que se afoguem e matem, tanto as plantas quanto a vossa relação e todos os que vos rodeiam, porque ninguém aguenta tanto “amor”.


Pois bem, também não tenho receitas mágicas, até porque cada pessoa precisa de doses diferentes de amor, assim como cada planta precisa de doses diferentes de água (por este andar vou tirar um curso em herbologia), a única coisa que todos temos em comum é que precisamos de atenção e não, somente, de prendas e desleixo, por isso Fuck it! Let’s (make) love everyday!


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