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Polémico, controverso, contestado. Foi assim o mês do Presidente Donald Trump.



O presente dia, 20 de Fevereiro, é marcado pelo primeiro mês de Donald Trump enquanto Presidente do Estados Unidos da América. E embora um mês seja, de facto, um período curto para o julgamento da administração Trump no seu todo, não é menos verdade que o passado mês foi tudo menos calmo no outro lado do Oceano Atlântico.


Fiel à sua própria imagem, Donald Trump inicia o seu mandato com a postura que sempre o caracterizou, usando uma típica expressão norte-americana. Donald Trump apresenta-se como um verdadeiro loudmouth, não contendo os seus comentários e tweets, tanto a nível de política interna, quanto externa. No passado não raras foram as vezes em que Trump fez manchetes pelo mundo fora, não poupando todos aqueles que o rodeiam, da imprensa (mantendo o clima de guerrilha já iniciado durante a campanha eleitoral) a juízes do Tribunal Constitucional.


A postura dos representantes da Casa Branca muda assim drasticamente, acelerando o coração dos mais fatalistas, que veem na administração Trump o iniciar de um caminho, possivelmente sem retorno, que poderá assolar todo o mundo ocidental. Donald Trump não é Barack Obama, nem o procura ser, enquanto o segundo procurou pautar-se pela proximidade e pelo consenso gerado, não só internamente como a nível global, o segundo não nega os princípios que o tornaram famoso e expõe, sem se preocupar com futuras represálias, os seus pensamentos sobre o estado dos EUA e do mundo. De forma a expor esta diferença de paradigma, a equipa d’O Cacique elegeu os 3 momentos mais relevantes do primeiro mês de ambos os Presidentes na Casa Branca (no que toca à administração Obama será tido em conta o seu primeiro mandato, iniciado a 20 de Janeiro de 2009), deixando ao leitor as deduções finais face à projecção de um futuro a médio-longo prazo.


Barack Obama

22 de Janeiro - Barack Obama assina um despacho para o fecho do campo de detenção de Guantanamo Bay no espaço de um ano. Embora tal despacho se tenha revelado infrutífero, é inegável a preponderância de uma tomada de decisão num tópico tão sensível na opinião pública logo dois dias após a tomada de posse.


29 de Janeiro - Barack Obama assina a sua primeira lei (Lilly Ledbetter Fair Pay Act of 2009), uma lei já chumbada na anterior administração que visa o justo pagamento independentemente de questões de género, raciais, etc.


17 de Fevereiro - Entra em vigor o American Recovery and Reinvestment Act of 2009, com vista à recuperação económica e investimento do tecido empresarial norte-americano.


Donald Trump

21 de Janeiro - Saem à rua 4 milhões de pessoas, por todo o mundo, numa Marcha pelas Mulheres em resposta aos escândalos quanto a questões de género em que Donald Trump se viu envolvido durante a campanha eleitoral.


23 de Janeiro - São lançados os dois primeiros despachos executivos assinados por Trump. No primeiro os Estados Unidos da América saem da Aliança Transpacífica, o segundo diz respeito a medidas conservadoras anti-aborto que haviam sido revogadas logo no início do primeiro mandato de Barack Obama.


27 de Janeiro - Protecting the Nation from Foreign Terrorist Entry into the United States, este despacho visa proibir a entrada de refugiados em solo americano, assim como de imigrantes de 7 Estados muçulmanos considerados inimigos dos EUA, despoletando uma série de polémicas pela constitucionalidade deste acto, a nível interno e a nível internacional pela discriminação religiosa agregada a esta medida.


É visível, pelos momentos marcantes evidenciados, as premissas que pautam cada um dos Presidentes, se no caso de Barack Obama a administração iniciou logo reformas de cariz económico e social, fruto também das condições socioeconómicas norte-americanas à altura nos EUA, Donald Trump parece querer fazer como bandeira do seu mandato, conforme prometera ao longo da campanha eleitoral, a sua posição anti-terrorismo “islâmico”, aliando a esta postura uma visão bem mais conservadora no plano interno quando comparada com os mandatos de Barack Obama.


A disparidade de métodos entre o Presidente Donald Trump, empossado a 20 de Janeiro de 2017 e o Presidente Barack Obama, empossado no mesmo dia 8 anos antes, revela desde logo que o rumo ao sucesso eleitoral e político não se apresenta num único caminho. No entanto, é de realçar que apesar de ambos terem sido eleitos democraticamente com o apoio maioritário das massas, um mês após a sua tomada de posse Donald Trump goza de uma taxa de aprovação do público bem abaixo daquela que Barack Obama gozava num período homólogo em 2009, 42% para 64%, respectivamente. E embora esta taxa não seja o impedimento gravoso a curto prazo para a administração Trump, a médio-longo prazo esta incapacidade de agradar as massas, que já manifestaram a sua facilidade em sair às ruas para o contestarem, pode tornar-se impeditiva não só em termos puramente de desagrado social, como também a nível político se considerarmos que daqui a 2 anos há midterm elections que podem retirar a base de apoio (embora por vezes instável) que Donald Trump goza na conjuntura actual.


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